26 de julho de 2015

A torre

Nunca estive aqui antes…
Daqui de cima vejo toda a cidade
e pequenos pontos iluminados,
que se fundem no horizonte… 

O céu, embora com nuvens,
nos permite vários vislumbres,
das estrelas que se desvencilham
e da lua que pede por atenção.

Alguns breus se estendem na plantação 
de trigo e cana-de-açúcar, 
onde trabalhadores noturnos se dedicam à safra, 
Sem que ninguém tenha consciência de sua luta…

O vento sopra um pouco forte,
trazendo aquele cheiro de mato cortado,
misturado ao álcool que ludibria nossos sentidos…

E tudo é lindo!
Tudo é lindo e infinito,
sem que nem saibamos
o porquê.

Faróis à distância,
poemas recitados,
um eletrodo azulado…
E amigos que trilham
a estrada sombria
ao meu lado…

Mesmo aqui, Caetano
canta sozinho também,
e rimos pelo prazer
de enxergar no simples
o mais belo momento,
sem que nada faça parecer…

O sol está quase nascendo
enquanto a chuva começa serena…
O champanhe estoura o grito da alma
que pelo menos por hoje está liberta!

E descemos o morro
pela estrada de terra…
Tudo parece mais claro
quando seus olhos se adaptam
ao lugar e às suas peripécias…

Deixamos para trás a torre…
O cheiro agora é de terra molhada,
o vento sopra um pouco mais forte
e vamos embora pra casa.


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