A torre
Nunca estive aqui antes…
Daqui de cima vejo toda a cidade
e pequenos pontos iluminados,
que se fundem no horizonte…
O céu, embora com nuvens,
nos permite vários vislumbres,
das estrelas que se desvencilham
e da lua que pede por atenção.
Alguns breus se estendem na plantação
de trigo e cana-de-açúcar,
onde trabalhadores noturnos se dedicam à safra,
Sem que ninguém tenha consciência de sua luta…
O vento sopra um pouco forte,
trazendo aquele cheiro de mato cortado,
misturado ao álcool que ludibria nossos sentidos…
E tudo é lindo!
Tudo é lindo e infinito,
sem que nem saibamos
o porquê.
Faróis à distância,
poemas recitados,
um eletrodo azulado…
E amigos que trilham
a estrada sombria
ao meu lado…
Mesmo aqui, Caetano
canta sozinho também,
e rimos pelo prazer
de enxergar no simples
o mais belo momento,
sem que nada faça parecer…
O sol está quase nascendo
enquanto a chuva começa serena…
O champanhe estoura o grito da alma
que pelo menos por hoje está liberta!
E descemos o morro
pela estrada de terra…
Tudo parece mais claro
quando seus olhos se adaptam
ao lugar e às suas peripécias…
Deixamos para trás a torre…
O cheiro agora é de terra molhada,
o vento sopra um pouco mais forte
e vamos embora pra casa.
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