O trem sempre foi muito presente em minha vida. Meu pai foi ferroviário, o sustento da família vinha dessa lida. Tínhamos passe de graça para viajar, esse era nosso lazer, que delícia. Tínhamos pouco, mas por toda essa vivência sou muito agradecida.
A espera do trem na estação, ouvir o apito e vê-lo chegando com imponência era uma alegria.
Sentar-se na janelinha, sentir o vento no rosto, ver a paisagem passando como um filme, boa experiência vivida.
O vagão-restaurante, mesinhas com toalhas brancas, vaso com rosa vermelha. O cheiro de comida nunca pude usufruir, por falta de grana, era pretensão proibida.
Ficou na lembrança os lanches que a mãe sempre levava, geralmente pão com mortadela, e dava para comprar o guaraná, era uma festa. Até hoje sinto o gosto da melhor bebida.
Quando adulta, o trem foi também meu companheiro diário, quando fiz faculdade e viajava todos os dias, graças aos passes que meu pai recebia, assim minha vida profissional foi construída.
O trem ficou nas minhas lembranças mais queridas.
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