Soneto I

Quando na triste tarde de domingo
Caio em sono e tédio,
Escorre de mim poesia pingo a pingo,
Uma valsa me soa como intermédio.

Valsa que me concede aquela vitrola 
E toca nostálgico minh’alma;
Perene, a monotonia está lá fora:
O mesmo disco conforma e espalma.

No amanhã não sei o que me aguarda;
Apronto meu figurino social e saio, 
Sob o olhar do anjo que me guarda.

A lua vai-se embora logo cedo
E pelas ruas vou-me embora,
Tentando esconder o próprio medo.


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