Quando na triste tarde de domingo
Caio em sono e tédio,
Escorre de mim poesia pingo a pingo,
Uma valsa me soa como intermédio.
Valsa que me concede aquela vitrola
E toca nostálgico minh’alma;
Perene, a monotonia está lá fora:
O mesmo disco conforma e espalma.
No amanhã não sei o que me aguarda;
Apronto meu figurino social e saio,
Sob o olhar do anjo que me guarda.
A lua vai-se embora logo cedo
E pelas ruas vou-me embora,
Tentando esconder o próprio medo.
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