Soneto III

Eu vejo a luz, a penumbra e o escuro.
O coração e os olhos na cor cinza
Almejando algum futuro
Nesse mundo de gente tão ranzinza.

E no tremer da máquina quente,
Sinto frio o teu olhar,
Sinto-me impotente 
Sem a mão a me afagar.

O embate fere e causa ferida:
Busco refúgio para bem longe 
Dessa cidade carcomida.

O fardo da pedra carregar 
Não contribui em nada
Se a sombra insiste a chamar.


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