O mar me inspira canções, poemas… Quando vislumbro a imensidão e beleza extasiante, lembro-me da narrativa de Eduardo Galeano que diz sobre o deslumbramento do menino em frente ao mar pela primeira vez. Trêmulo pede ao pai: “me ajuda a olhar?”
Entendo o menino. Para olhar para o mar, apenas o sentido da visão não basta. Além da beleza, da força fascinante, o mar é pródigo, pleno de vida, de tons, sons, movimentos. Captar essa vastidão exige sensibilidade.
Penso nos pescadores que vivem cotidianamente partindo e voltando, enfrentando calmarias e tormentas em busca do “peixe bom”, sustento de suas vidas. Como será que eles veem o mar nesse vai e vem diário? Imagino que a estética dê lugar ao respeito.
Dorival Caymmi, poeta do mar, fala do encanto da onda quebrando na praia. Bem o sabem os caminhantes que deixam suas pegadas na areia molhada e sentem no espraiar das ondas o toque suave nos pés descalços. A simbologia de um caminhar marcante, porém mutável.
Ainda Dorival Caymmi nos brinda com os versos na canção “é doce morrer no mar, nas ondas verdes do mar.” Traz a mensagem da sedução e da entrega.
O mar é insinuante, envolvente, atrevido. Toma de assalto nossos olhos, nossos desejos, nosso coração e nos ensina muito sobre ser grande.
Célia Maria Cestaro Christofoletti, assistente social, já em descanso da função. Formada em 1975, atuou por mais de 28 anos na Prefeitura Municipal de Rio Claro, à frente da Secretaria de Ação Social. Leitora apaixonada, reserva seu tempo hoje ao autocuidado e ao serviço voluntariado. É integrante da Sociedade Vozes Literárias, vinculada à Alerc-SP.
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