Angústias de Antero

A falta de bom-senso
A andar pela rua
Descansa no poema
Que a vida desfigura
E o poeta de bom-gosto
Renuncia à palavra
Da verdade quase nua

Era a boca de Antero,
Verdadeiro socialista,
Despejava no escuro
Uma vida idealista
Fingiu-se de cachorro
E desceu com precisão
A escada da Ilusão

Na mão direita de Deus
Repousou a alma triste
Secaram-se os órgãos,
Mares e as bocas todas

Dormiu Antero
O sonho dos Eternos.


Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.