Biblioterapia: ação concreta da Literatura 


A literatura é arte, capaz de gerar empatia, mudança de perspectivas, favorecer  a construção de um mundo melhor para todos. 

Através das palavras, a literatura é ferramenta de transformação social. 

Os escritores dão voz, provocam reflexões através de seus personagens,  inspiram ações concretas e mudam vidas. 

Baseada nessas afirmações verdadeiras, com as quais comungo e pautam  minha vida, faço através da minha escrita hoje, uma retrospectiva das minhas  experiências com a literatura e a biblioterapia. 

Considero a biblioterapia uma ação concreta da literatura, que me transformou em vários aspectos, na vivência social, comportamental, na florescência da  escrita, resultando na publicação de livros. 

A palavra “biblioterapia” é composta de dois termos de origem grega, “βιβλιο” e  “Θεραπεία” – “livro” e “terapia”. Deste modo, a “biblioterapia” é a “terapia por  meio de livros”. (OUAKNIN, 1996, p. 11). 

Essa concepção terapêutica da leitura, dos livros, vem desde a antiguidade. Acreditava-se que as bibliotecas eram espaços sagrados. Há registro que uma  das mais antigas bibliotecas do Egito, na época de Ramsés III, tinha na sua  entrada a inscrição “Lugar de tratamento da alma”. 

O termo biblioterapia foi atribuído a Samuel M.Crothers em 1916. 

Durante a Primeira Guerra e a Segunda Guerra Mundial a biblioterapia foi  aplicada para trazer alívio e alento aos soldados feridos. 

Esse resumido relato sobre a biblioterapia mostra que ela existe desde tempos  remotos, aplicada com eficiência em diversas situações. Sabemos que ainda  existem muitas pessoas que a desconhecem. Apesar de ser bibliotecária, foi só  em 2019 que a conheci o termo e a prática, conforme exponho a seguir. 

De 2019 a 2021 vivemos a pior catástrofe da humanidade, a pandemia da Covid 19. Em meio ao caos, uma luz brilhou em minha vida por meio de encontros on-line, onde Cidinha Pardini, biblioterapeuta, estudiosa da biblioterapia há mais de 20 anos, apresentou a biblioterapia através de leituras utilizando literatura infanto juvenil, que nos faziam esquecer um pouco aqueles momentos que estávamos vivendo, preenchendo nossos vazios, nos fazendo refletir, trazendo memórias afetivas, nos dando alento e esperança de dias melhores  

Como uma chuva fininha encharca a terra e a prepara para o plantio, assim com afeto, delicadeza, acolhimento, conhecimento, fui regada com a literatura 

terapêutica junto a técnicas da biblioterapia e muitas sementes floresceram em  mim. 

Em 2022 participei do I Mergulho da Biblioterapia, sob o comando de Cidinha  Pardini, onde conheci muitas pessoas que trilham até hoje lindamente esse  caminho. Abasteci-me de muitos conhecimentos, senti que não seria mediadora  de biblioterapia, mas poderia, sim, ser praticamente de outra forma. 

Nesta época já escrevia poemas, mas não me sentia escritora. Quando percebi  que não tinha anseio de me tornar mediadora de biblioterapia, como a maioria  das pessoas que estavam participando daquele encontro, fiquei um pouco  balançada. O que estou fazendo aqui? _ pensava. Mas foi ali que veio a certeza 

de que poderia tocar outras pessoas e fazer o bem através da minha escrita.  Ninguém estava ali por acaso, nem eu. 

Naqueles dias tive a convicção de que publicaria meu primeiro livro com meus  poemas já escritos. Assim nasceu o “Alinhavos de Bem Querer”. 

Recebi muitos feedbacks positivos sobre este livro, percebi que agradou também  pessoas idosas sem o exercício de leitura, principalmente de poesias. 

No ano seguinte tive participação com a Cidinha Pardini no 39º Painel  Biblioteconomia em Santa Catarina/UDESC, com a apresentação do trabalho  oral: “Biblioterapia: uma janela aberta para horizontes saudáveis”. O referido  trabalho foi selecionado para publicação na Revista ACB em 2023. 

Ainda em 2023 me veio uma inspiração, ou inquietação, de fazer um livro que  pudesse despertar nas crianças, e nas pessoas, as que não tiveram a  oportunidade de conhecer a poesia, o encantamento pelos livros e leitura. 

Com muito trabalho, dedicação, criatividade e persistência, criei e publiquei “Sou a Margarida”, confeccionado em feltro e papel, com aspecto fofinho e sensorial. Essa criação proporcionou ao leitor a possibilidade de construir o cenário de cada página, colocando as ilustrações em formato de figuras em cada espaço do livro, conforme o entendimento da história, permitindo a interação da criança com a narrativa.  

Além de ser artesanal e interativo, o livro ganhou um formato diferente e atrativo, despertando, inclusive, interesse no aprendizado da confecção indo além do que imaginei. Assim sendo, aconteceram algumas oficinas para quem demonstrou interesse na confecção deles. 

Penso que, assim como os bebês não podem comer alimentos sólidos quando  pequenos, somente o leite, porque seu sistema digestivo ainda não está preparado para isso, as crianças e os adultos que não tiveram oportunidade de  estudar, precisam de linguagem simples, de imagens coloridas, beleza,  delicadeza, para serem atraídas aos livros e dessa forma criarem práticas  leitoras. Assim me tornei escritora de livros infantis com o compromisso de formar leitores e encantar os que já são. 

Meu segundo livro publicado é o “Poesiando com os bichinhos”, nos mesmos  moldes, artesanal. 

Em breve pretendo lançar “No mundo do mar” (já em processo de criação). 

Também sou co-autora de Casa Poema: cantos e encantos, coletânea de  poesias, organizado por Larissa Garrido, livro oriundo de um curso de escrita  criativa Casa Poema. 

Tenho muitas poesias publicadas em Antologias e um capítulo no livro  MERGULHO NA BIBLIOTERAPIA: relatos que inspiram, com o título: “Como a  biblioterapia contribuiu para me tornar escritora, lançado durante o Mergulho na  Biblioterapia em 2024. 

Em Rio Claro engajei-me ao grupo Sociedade Vozes Literárias, ligado à  ALERC -SP (Academia de Letras Rioclarense) onde pessoas interessadas, se  reúnem aos sábados, quinzenalmente, no Gabinete de Leitura, apresentando suas poesias, seus textos, havendo interação entre escritores e leitores. 

Posteriormente fui convidada a integrar o grupo de criação da ALERC (Academia de Letras Rio-clarense), como membro acadêmica, onde posso colaborar com a construção da Academia na nossa Cidade Azul. 

Atualmente está sendo lançada uma semente para a criação da Associação Brasileira de Biblioterapia. Faço parte desse movimento, colaborando para que  este anseio se torne realidade. Este movimento agrega pessoas de todo Brasil, de norte a sul, que com muito  entusiasmo, utilizam a literatura com ótimos resultados. 

Pessoas consideradas referências na Biblioterapia do Brasil, como Clarice Caldin e, Cidinha Pardini, estão nessa caminhada, com profissionais de várias  áreas: psicólogas, bibliotecárias, pedagogas, psicopedagogas, professoras,  contadores de histórias e outras que amam leitura e sabem o valor da literatura  como ferramenta de mudanças. 

Deixo os acessos aos interessados em obterem mais informações e se  motivarem a se integrar a literatura. 

ALERC-SP – Academia de Letras Rioclarense  

 – http://www.alercsp.com.br 

 – @alerc.sp 

 – Sociedade Vozes Literárias – alercsp

Movimento Arvorecer da Biblioterapia – Pró-Associação Brasileira da  Biblioterapia. 

@proassociacaobiblioterapia


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