Li uma vez que, para a realização pessoal nessa vida é preciso ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro.
Filhos, eu os tive, frutos do amor. Árvores, plantei algumas, curto plantas e flores e me dedico a elas. Livros eu os leio com interesse e prazer.
Na simplicidade dessa trilogia: filhos, árvores e livros, devaneio e recordo-me da música de Mercedes Sosa: “Gracias a la vida que me ha dado tanto”.
Mas, avançando na introspecção, percebo que momentos de felicidade são factíveis e não é tão simples ser feliz e realizada. Sempre queremos melhorar e avançar em questões que nos levam ao desassossego e a inquietações. Ainda assim, muitas vezes esses sentimentos nos impulsionam para o envolvimento, para o compartilhar, dando sentido à vida, riqueza ao viver e entendimento necessário do amor.
Tantos medos a assombrar nossas mentes e corações. Com o passar dos anos prevalece o medo da perda de familiares, de amigos, medo da solidão. Tantos já partiram, tantas histórias chegaram ao fim, outras iniciando e a vida refloresce. Recomeçar, eis o desafio.
No curso da minha vida anseio pela paz de continuar olhando o céu, o mar, o horizonte. Sentir o sol, a chuva e o vento. Curtir um bom vinho e receber abraços, não desistir do compromisso da semeadura, contribuindo para um mundo melhor.
Quem sabe um dia possa dizer de forma tão poética como os versos de Cecília Meireles: “Eu canto, porque o instante existe e minha vida está completa. Não sou alegre nem triste: sou poeta.”
Célia Maria Cestaro Christofoletti, assistente social, já em descanso da função. Formada em 1975, atuou por mais de 28 anos na Prefeitura Municipal de Rio Claro, à frente da Secretaria de Ação Social. Leitora apaixonada, reserva seu tempo hoje ao autocuidado e ao serviço voluntariado. É integrante da Sociedade Vozes Literárias, vinculada à Alerc-SP.
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